segunda-feira, 30 de junho de 2014

Logline


Conforme prometido, vamos as aulas by Grupo Roteiristas de Cinema Scriptdoctor.
Anteriormente publicamos as bases para fazer uma Storyline, que é contar em poucas linhas a sua trama, traduzir o seu enredo de três atos em poucas e atrativas linhas.

Hoje, com auxilio da matéria escrita por Steve Kaire e traduzida e adaptada por Régia vamos postar os requisitos básicos para a construção de uma Logline.
Ainda mais difícil que a Storyline, a Logline tem o papel de contar sobre o que sua estória trata, de uma forma que seja possível vendê-la.

Então vamos lá...  definido de uma vez por todas o High Concept


Ao definir High Concept, falo sobre a premissa da história, não o que acontece em Atos 1, 2 e 3. A premissa ou logline é o núcleo de High Concept. Minha definição abrangente de High Concept é composta de cinco requisitos, cada um dos quais é obrigatório. 

Os cinco requisitos são em ordem decrescente de importância. Portanto, os números um e dois são os mais importantes, bem como os mais difíceis de atingir. Mas encontrar vários dos requisitos não é suficiente. Todos os cinco requisitos têm de ser cumpridos para o sucesso na realização do gol de craque que todo mundo está procurando.


Requerimento nº 1:
SUA PREMISA DEVE SER ORIGINAL E ÚNICA
A logline é geralmente uma a cinco sentenças, sendo a média de três. Portanto, você tem que apresentar o seu material de forma compactada, de maneira econômica, que capta a essência de sua história e mostra sua originalidade. A maioria das minhas apresentações são uma ou duas sentenças. Todo escritor deve praticar apresentar o seu trabalho filtrando sua história em apenas uma sentença, independentemente se a sua história é High Concept ou não.
Na busca de originalidade, não estamos falando de reinventar a roda. Podemos tomar tema tradicional que foi feito antes e adicionar um gancho ou reviravolta a isto, que qualifica o material como original. Usando a trama de sequestro, houve dezenas de filmes que cobriam o tema antes. 

No filme “Ransom”,  “O Preço de um Resgate”, Mel Gibson interpreta um rico empresário cujo filho é sequestrado. Essa história em si não oferece nada de novo. A reviravolta do filme que o torna original é que em vez de pagar o resgate, Gibson usa o dinheiro do resgate para pagar para matar os seqüestradores. Esta reviravolta faz o filme original e, portanto, High Concept.

(High Concept: Rico executivo tem seu filho sequestrado. Ao invés de pagar o resgate, ele paga para assassinar os sequestradores)

Ainda no mesmo gênero de sequestro, a comédia “Ruthless People”, “Por favor, Matem a Minha Mulher” segue o mesmo padrão. Danny Devito interpreta um homem rico cuja esposa, interpretada por Bette Midler, é sequestrada. Desafiando convenção, Devito se recusa a pagar o resgate porque ele odeia sua esposa e vê isso como a oportunidade que ele estava esperando para finalmente se livrar dela. Agora, os sequestradores estão em apuros com uma mulher terrível que eles não têm noção do que fazer com ela. Novamente, é essa reviravolta única que faz deste um filme de High Concept.

(High Concept: Ricaço tem sua esposa sequestrada, e vê ali uma oportunidade de se livrar dela. Agora, os sequestradores estão em apuros sem saber o que fazer com a terrível mulher)

Requisito # 2:
SUA HISTÓRIA TEM QUE SER ATRATIVA A MULTIDÕES
Isso significa que é possível para cumprir a exigência n º 1, criando uma história original que nunca tenha sido feito antes. Mas essa história pode ser tão esdruxula ou estranha que o atrativo só exista na mente do escritor que a criou e ninguém mais.
Um exemplo seria se uma menina acordou uma manhã, se transformou em uma borboleta, e voou para a terra de Shangri-Lá. Isso nunca foi feito antes, mas quem se importa?


Atrativa a multidões significa que nove em cada dez pessoas que você apresentar a sua história dirá que eles pagariam o valor do ticket para ver sua premier com base exclusivamente em sua exposição. Você tem que decidir ou você está escrevendo para o seu próprio prazer ou você está escrevendo para vender. Se é para vender, então você tem que ter em conta o mercado.

Requerimento n º 3:
SUA EXPOSIÇÃO TEM QUE SER UMA HISTÓRIA COM ELEMENTOS ESPECÍFICOS
Isso significa que, dentro de sua exposição, você tem que ter detalhes específicos que tornam a sua história diferente e adiciona colorido e profundidade. Vamos exemplificar com a trama de roubo a banco. Se você surge com uma história sobre três pessoas que querem roubar um banco, cavando um túnel por baixo dele, a resposta seria: "E daí?" Uma reviravolta no gênero é o filme “Going In Style”, “Despedida em Grande Estilo”. Acerca de três idosos que tentam roubar um banco. O motorista teve sua carteira cassada, o olheiro é um deficiente visual, e o cérebro da operação é o George Burns aos 75 anos de idade. Esses detalhes específicos incrementam a história e a mantem longe de ser obsoleta e genérica.
Requerimento n º 4:
O POTENCIAL É ÓBVIO
Se você está apresentando uma comédia, então o potencial para o humor deve ser óbvio dentro de sua exposição. As pessoas devem sorrir ou rir quando você expõe. Se você está apresentando um filme de ação, o ouvinte deve ser capaz de imaginar as cenas de ação mentalmente enquanto você expõe.
Eu vendi um projeto para a Miramax chamado My Kind of Town com os Irmãos Wayans escalados para atuar. É sobre dois caras que querem fazer um novo começo na vida. Eles colocam as malas em seu carro e partem com nenhum destino específico em mente. Entrando na Prefeitura de alguma pequena cidade do sul para obter um mapa, o teto desaba sobre eles e eles decidem processar. Eles ganham a ação, mas a cidade não tem condições de pagá-los e assim eles lhe dão... a cidade. O potencial para o humor é óbvia quando os Irmãos Wayans recebem uma cidade sulina para fazer o que quiserem com ela.
Requerimento n º 5:
SUA APRESENTAÇÃO DEVE SER DE UMA A TRÊS FRASES DE EXTENSÃO.
A maioria das apresentações deve ter dessa extensão, embora alguns set-ups possam ser mais, mas você não deve ir além de cinco-seis sentenças. Você não está dizendo o que acontece em Atos 1, 2 e 3, a menos que você seja solicitado a fazê-lo mais tarde. Você está dando a premissa de sua história.
Eu passei dias a moldar meu logline para incluir o máximo de informação no menor número de palavras possível.
Eu tive milhares de projetos apresentados a mim em mais de vinte anos e escritores pensam erradamente que quanto mais longa a exposição, melhor a história. Ninguém quer ouvir uma exposição que dura meia hora quando eu poderia ler o roteiro em menos tempo. Digo a escritores "Apresente-me a sua história em poucas sentenças." A maioria não pode porque eles não sabem quais são os cinco requisitos e faltam-lhe a prática de resumo e de afinar suas apresentações com antecedência.
Quando você está apresentando, você está dizendo sobre o que é a sua história, não o que acontece na história. Você não quer começar o seu discurso com: "Minha história é sobre uma mulher de 26 anos chamada Jill, que vive em Chicago. Ela é infeliz com sua vida. Ela vai para seu escritório onde ela confronta seu chefe. Ela larga o emprego e vai para casa, onde ela briga com o namorado. "Isso não é uma exposição. Isso é um desenrolar chatérrimo da história que você quer evitar a todo custo.

A reação que você quer ouvir quando você apresenta é "Uau! Por que não pensei nisso antes?" ou "Isso é tão bom, por que ninguém fez esse filme antes?" Quando os olhos na sala se iluminam depois de você expor sua história, então você sabe que acertou em cheio. Este é o gol de craque desejável. Isto é sobre o que um High Concept é. 

Fonte:
http://www.writersstore.com/high-concept-defined-once-and-for-all/
https://www.facebook.com/groups/roteiristasdecinema/

terça-feira, 24 de junho de 2014

Roteiro - Precisa de tantas regras para escrever?


Eu tenho uma grande ideia e quero conta-la, simples assim!!!
Nem tão simples diríamos. Claro que o primeiro passo para um roteiro é uma ideia. 
E quanto mais fantástica e original ela for, maior sua chance de sucesso.

Porém, para que a partir desse roteiro seja possível a construção de um filme há regras a serem seguidas.
Os profissionais de cinema desenvolveram uma linguagem unica, um jeito de escrever, que é universal entre todos. Para que a ideia, as sensações e até mesmo os planos de um filme sejam realizados conforme a intenção, sem que seja preciso descreve-los ou se intrometer em trabalhos posteriores, que já não fazem parte da função do roteirista.

Se pegar roteiros de filmes famosos para ler pode ser que encontre muitas variações das "regras". Sim, é verdade, cada roteirista desenvolve com o tempo seu modo particular de escrever, por personalidade, afinidade e parceria longa com a mesma equipe e diversas outras vertentes. No entanto, se você ainda não se estabeleceu no mercado o ideal é conhecer a todas as regras, sabendo-as você poderá desenvolver o jeito de escrever que mais lhe agrada e se encaixa a seus trabalhos.

Existe um grupo no facebook chamado Roteirista de Cinema Scriptdoctor (ao qual inclusive convido a todos para entrar), que semanalmente levanta um tópico que pode ser uma duvida dos novos roteiristas. Explicando, dando dicas, exemplos, espaço para questionamento e afins.

A organizadora Regia nos permitiu retransmitir as aulas em nosso blog, o que teremos a partir de agora, sendo intercalados aos assuntos que já levantamos. Acompanhe!

quarta-feira, 18 de junho de 2014

Elipse de tempo



O tempo é unidade fundamental do cinema e sua manipulação é um dos aspectos mais importantes na composição de um filme.
Quando o espectador entra na sala escura, deixa por alguns minutos de viver o “tempo real” dos acontecimentos para mergulhar em uma temporalidade paralela.

Esse tempo fílmico é possível através das Elipses.

Uma elipse é um salto no tempo, um corte no tempo, a passagem de uma ação para outra deixando de mostrar coisas que intermediaram essas ações.
Em geral, um filme é como uma coleção de passagens marcantes e essenciais. 

Normalmente, num bate-papo, quando contamos alguma história real aos nossos amigos, não nos prendemos a detalhes que podem alongá-la e deixá-la cansativa. Escolhemos, rapidamente, o que é fundamental para a compreensão do fato, o que não pode faltar para garantir o suspense, a graça ou o drama da situação.


E contar uma história, no cinema, também é escolher, também é decidir o que mostrar e o que ocultar.

A Elipse é construída na montagem, quando é dividido o tempo e o espaço narrativos em diversas partes (planos. Quanto mais elíptico for um filme, mais longe ele estará de uma estética literária ou teatral.

Um dos mais antigos registros do uso de elipse é de um filme dinamarquês de 1911, “De Fire Djoevle”. De lá pra cá a técnica foi se difundindo e aprimorando, ajudando a construir cenas e sequências memoráveis, justamente, pela sutileza da omissão.
O filme considerado ter a maior elipse de tempo até o momento é o “2001 – Uma Odisséia no Espaço” (1968), de Stanley Kubrick, na cena em que o macaco, ancestral do homem, joga um osso para cima e, na sequência sobre uma mesma angulação, aparece a imagem de uma nave no espaço, indicando o processo da evolução.


Junto a estas elipses inerentes à obra de arte, existem outras, denominadas expressivas por visar um efeito dramático ou terem um significado simbólico.
São divididas em: elipses de estrutura e elipses de conteúdo.

As elipses de estrutura – são motivadas por razões dramáticas.
Dissimulando um momento decisivo da ação, quebrar ou intensificar o tom dramático da ação, demostrar a visão, audição ou emoção partindo do protagonista ou ainda revestir a ação ou não de profundidade.

As elipses de conteúdo - são motivadas por questões de censura social.
Gestos, atitudes e acontecimentos penosos ou delicados que o respeito aos “bons costumes” e pelos tabus sociais não permitem mostrar em tela na íntegra, são sugeridos de diversas formas.


Entretanto, a Elipse, pelas palavras de Marcel Martin: “Não se trata de suprimir momentos vazios, mas sugerir o sólido e o pleno, deixando fora de campo o que o espírito do espectador consegue preencher sem dificuldade”.

quinta-feira, 12 de junho de 2014

Sexta feira 13 é dia de??? Cinema!


Sexta-feira 13 lembra suspense? Terror? Medo? Correto! 
Mas dessa vez o convite para esse clima será em uma exibição de cinema, de graça!

Quatro bibliotecas públicas estarão exibindo amanhã longas de suspense e terror, inteiramente de graça.
Serão elas:

Biblioteca Pública Adelpha Figueiredo (Praça Ilo Ottani, 146 - Canindé) com "O Iluminado" às 16 horas.
Biblioteca Pública Viriato Corrêa (Rua Sena Madureira, 298 - Vila Mariana) com "Poltergeist, o fenômeno" às 15 horas.
Biblioteca Pública Viriato Corrêa (Rua Sena Madureira, 298 - Vila Mariana) com "O bebê de Rosemary" às 17 horas.
Biblioteca Pública Roberto Santos (Rua Cisplatina, 505 - Ipiranga) com "O Exorcista" às 19 horas.

Escolha sua sessão... E bom medo! Ops, cinema =)...



quinta-feira, 5 de junho de 2014

Seu curta no cinemark


O portal Tela Brasil, em parceria com o Cinemark da oportunidade aos novos cineastas de ter um curta pelas salas do cinemark, divulgando seu nome e suas ideias para um milhão de pessoas.

O curta deve ter de 30 segundos a um minuto, com o tema: Se o mundo fosse um filme.
As inscrições podem ser realizadas até dia 24 de Junho, pelo site Tela Brasil

O site ainda oferece oficinas online para ajudar na produção do vídeo.
Acessem... E boa sorte!